Homenagem aos portugueses assassinados pelos franquistas

No passado sábado 12 de Maio, em Monção, teve lugar uma cerimónia oficial de homenagem aos antifascistas portugueses que, na Galiza, no contexto da Guerra Civil de 1936-39, foram assassinados pelos franquistas. O “Não Apaguem a Memória!” esteve lá, representado por dois membros do núcleo do Porto, Maria Rodrigues e Manuel Loff.

Com a presença de cerca de 50 participantes, a homenagem aos portugueses que morrerem na Galiza às mãos dos franquistas, realizada em Monção, na margem do rio Minho, junto à ponte internacional, foi uma comemoração plena de dignidade, tendo sido inaugurado oficialmente um monumento granítico em que se inscreve uma placa metálica que fixa o nome de 56 dos portugueses, homens e mulheres, vítimas da repressão franquista durante o período da Guerra Civil.

A cerimónia iniciou-se com a proclamação de cada um dos nomes desses cidadãos portugueses pelas vozes de uma activista do NAM, de um neto de uma das vítimas e de um membro da associação galega “Os Amigos da República”, intercaladas pelo som dos tambores do Grupo de Gaiteiros Galegos.

Depois de desfraldada a lápide, foram proferidos os discursos oficiais do Presidente do Município de Monção, que patrocinou o evento, do reitor da Universidade do Minho e do historiador Fernando Rosas, tendo sido lida a mensagem de Mário Soares, ausente por motivo de doença.

Depois, na Casa-Museu da Universidade do Minho, dirigida por Viriato Capela, que fez a apresentação do projecto “Nomes e Voces”, seguiram-se as comunicações dos investigadores em História Contemporânea Lourenzo Fernandez e Dionísio Pereira, da Universidade de Santiago de Compostela, e da antropóloga Paula Godinho, do ISCTE.

O evento constituiu um momento importante de um ciclo que, particularmente na Galiza, desencadeia linhas de investigação histórica que desocultam os processos de perseguição do regime franquista contra os republicanos.

Dado que esta homenagem se insere num movimento cultural que visa o aprofundamento do conhecimento e a preservação da memória das lutas dos povos peninsulares contra os fascismos, o espectáculo de música popular e dança folclórica que encerrou as comemorações, dinamizado pelo “Grupo da Sé”, reflectiu as variações no gosto e as permutas culturais entre os povos da região correspondente à Galaecia romana.

Pelo Núcleo do Porto do NAM
Maria Rodrigues
2012-05-14