Visita guiada por ex-presos políticos às instalações da extinta polícia política do “Estado Novo” [PORTO]

Jornal Publico, 2006/07/16, Visita a Sede da Pide no Porto. Foto de Manuel Roberto.O Núcleo do Porto organizou uma visita guiada por ex-presos políticos às instalações da extinta polícia política do “Estado Novo” seguida de debate. Ocorreu no dia 15 de Julho, sábado, pelas 14:30 h, no actual Museu Militar do Porto, instalado no edifício correspondente à sede da PVDE/PIDE/DGS.

(foto por Manuel Roberto, Jornal Público)

TEXTO DE APOIO

Visita aos espaços do edifício onde funcionou a delegação do Porto da PVDE/PIDE/DGS

O texto que se segue, da autoria de Raul de Castro, foi publicado em Outubro de 1974, como introdução às fotografias de António Amorim publicadas na obra “O Último Dia da PIDE no Porto”, editada pelo núcleo local do Movimento Democrático Português (MDP).

O documento destina-se exclusivamente a apoiar a visita de estudo do dia 15 de Julho de 2006, iniciativa que visa o reconhecimento dos locais de memória da resistência ao fascismo no Norte e se integra num ciclo de actividades regionais de lançamento do movimento cívico designado “Não apaguem a memória!”.

Nesta primeira visita pública aos espaços do actual Museu Militar do Porto, instalado no edifício onde funcionou a delegação do Porto da PVDE/PIDE/DGS, participam ex-presos políticos que sofreram a violência da repressão da polícia política do chamado “Estado Novo” – privação da liberdade, insultos, espancamentos, isolamento, tortura do sono, “estátua”… Para o reforço da nossa identidade histórica, é necessário romper o silêncio em torno dos processos desencadeados pela PVDE/PIDE/DGS contra os cidadãos opositores ao regime totalitário.

Tendo como finalidade última a preservação duradoura da memória dos combates pela democracia e pela liberdade em Portugal, os membros do núcleo do Porto do movimento cívico designado “Não Apaguem a Memória” agradecem ao João Luís, ao Jorge Araújo, ao Jorge Carvalho (Pisco) e ao José Dias a sua generosa disponibilidade. Constituindo fontes vivas do saber histórico, as suas informações são preciosas para o desenvolvimento do conhecimento sobre os factos ocorridos durante o “Estado Novo” e sobre os locais de memória do aparelho repressivo e da resistência à opressão.

Núcleo do Porto do
movimento cívico “Não apaguem a memória”

NAS NOTÍCIAS

Jornal Publico, 2006/07/16, Visita a Sede da Pide no Porto
(em formato PDF).

Jornal Publico, 2006/07/16, Visita a Sede da Pide no Porto. Foto de Manuel Roberto.
Nesta fotografia, Jorge Araújo explica como foi arquitectado o plano de fuga do edifício da PIDE-DGS.

Por um “Museu da Resistência” (O Primeiro de Janeiro, 2006/07/17).

Porto perde Museu Militar para o Mosteiro da Serra do Pilar
(Artigo de Alfredo Teixeira no Diário de Notícias de 13/07/2006)