SOMOS TODOS ARGUIDOS! [abaixo assinado]

Imagem do Protesto (foto de Vitor Sarmento)João Almeida e Duran Clemente, dois activistas do Movimento Cívico Não Apaguem a Memória! vão ser julgados no próximo dia 11 de Dezembro, no 6º Juízo Criminal de Lisboa.

O Ministério Público acusa-os de serem “co-autores materiais, na forma consumada, de um crime de “desobediência qualificada”, por “terem juntado um grupo de cerca de trinta pessoas na Rua António Maria Cardoso, no nº 30/36 89,em Lisboa onde protestavam contra a construção de um condomínio nas antigas instalações da PIDE”.

Foi há um ano, no dia 5 de Outubro. De facto, éramos bastantes a manifestar, pacifica e espontaneamente, sem convocatórias oficiais, apenas no exercício nobre da cidadania, o nosso protesto por se estar a trair a memória da resistência à ditadura do Estado Novo, ao apagá-la de um dos lugares mais sinistros da repressão fascista.

Deste acto cívico de protesto e indignação nasceu o Movimento, que cresceu e consolidou a sua credibilidade junto da opinião pública: entregou na Assembleia da República ao seu Presidente uma Petição subscrita por mais de 6000 cidadãos (dentre deles dois ex-presidentes da Republica, Mário Soares e Jorge Sampaio), foi recebido por membros do Governo, pela Câmara Municipal de Lisboa e está a ser recebido pelos Grupos Parlamentares.

Os abaixo assinados vêm manifestar publicamente a sua solidariedade a João Almeida e a Duran Clemente e expressar a mais profunda indignação pela acusação proferida pelo Ministério Público, por considerarem que:

1. Discrimina estranhamente dois cidadãos, quando muitos mais estiveram presentes no referido acto cívico.

2. Restringe o exercício do mais elementar direito de liberdade de expressão conquistado em Abril de 74.

3. Penaliza ao considerar “crime” um acto pacífico em defesa da Memória da Resistência ao Fascismo.

Porque lá estivemos ou poderíamos estar: SOMOS TODOS ARGUIDOS!

Lisboa, Outubro de 2006.

EM SOLIDARIEDADE PARA COM OS ACUSADOS SUBSCREVE O ABAIXO-ASSINADO!

[Abaixo Assinado “Somos Todos Arguidos!” (formato PDF)]