Morreu o Vítor Santos. Partiu prematuramente, em Lisboa, aos 70 anos de idade, após enfrentar com exemplar coragem uma doença dolorosa e prolongada. Activista social e político generoso e empenhado, sempre insubmisso e indignado contra as injustiças, sempre do lado dos “de baixo”.
Foi um dos participantes na fundação do NAM, de que era membro, tendo sido também um dos proponentes da lista eleita para os actuais Corpos Sociais. Foi sindicalista e um qualificado profissional na sua área (era desenhador projectista), lutador antifascista, activo e destacado militante comunista, construtor e um dos dirigentes históricos da Festa do Ávante. Foi membro e dirigente da ATTAC e um dos promotores e membro da Comissão Nacional de Apoio ao Tribunal Russell sobre a Palestina. Empenhado nos processos de convergência e diálogo à esquerda, foi um dos fundadores e organizadores do espaço de encontro plural que têm sido os jantares “Em Abril, Esperanças Mil” e um activo apoiante do Congresso Democrático das Alternativas. Nos últimos anos, foi técnico do SPGL, onde deu um qualificado apoio a inúmeras iniciativas e manifestações sindicais, além da animação do seu espaço de artes plásticas, de que era um qualificado conhecedor e organizador de iniciativas, como foram as bienais e outras exposições de artes plásticas na Festa do Ávante.
Exemplo da sua maneira de ser e de estar em variadas situações em que se impunha a exigência moral da resistência e do protesto e a iniciativa cidadã, foi a campanha em que se empenhou contra a guerra de agressão no Iraque, no âmbito da ATTAC, concebendo e produzindo pessoalmente, em sua casa, um numeroso conjunto de faixas de denúncia e protesto, que foi também pessoalmente instalar nos viadutos da IC19, entre Lisboa e Sintra, tamanha era a sua indignação com os crimes da agressão imperial americana e dos seus lacaios na Europa e em Portugal.
16 de Agosto de 2014
Pelos Corpos Sociais do NAM
Henrique de Sousa