O Movimento Cívico Não Apaguem a Memória manifesta a sua solidariedade ao Juiz Baltazar Garzón, horas depois de o Supremo Tribunal de Justiça de Espanha, numa decisão iníqua e revanchista, o ter afastado da carreira judicial, por 11 anos. Este é o juiz que ousou processar Pinochet e que desmantelou, em 2009, no caso Gurtel, uma rede de corrupção e de lavagem de dinheiro especializada no saque de fundos públicos, atingindo duas dezenas de políticos do partido político PP.
Garzón já se tinha tornado demasiado incómodo aos sectores da sociedade espanhola que querem continuar a apagar a memória dos crimes perpetrados pelo regime franquista, quando intentou que fosse feita justiça a centenas de milhares de vítimas inocentes de crimes contra a humanidade. Vê-se agora, segundo o próprio afirmou em tribunal, perante «uma sentença sem razão jurídica nem provas que a justifiquem», em que é «eliminada a possibilidade de investigar a corrupção e os seu delitos associados, abrindo espaços de impunidade».
O NAM junta-se àqueles que, em todo o mundo, fazem ouvir os seus protestos e indignação, citando as palavras proferidas ontem por Maria Garzón Molino (filha do Juiz): Isto só «nos deu mais força para continuar a lutar por um mundo em que a Justiça seja autêntica».
A direcção do NAM
9 de Fevereiro de 2012