A Associação “Movimento Cívico Não Apaguem a Memória” associa-se ao pesar sentido em consequência da morte de Margarida Tengarrinha e expressa as suas condolências e a sua solidariedade à Família e aos Amigos da falecida.
No seu tempo de vida, que decorreu entre 7 de maio de 1928 e 26 de outubro de 2023, Margarida Tengarrinha, criadora artística multifacetada, professora e militante antifascista, lutou, antes e depois de 25 de abril de 1974, tanto na clandestinidade, nos tempos duros e cruéis da ditadura do Estado Novo, como, já na Democracia, na sua função de Deputada à Assembleia da República, eleita nas listas do seu partido de sempre – o PCP -, em prol da Liberdade e das liberdades individuais, quer dos portugueses e das portuguesas, quer de outros povos do Mundo.
Nesse seu combate incansável, Margarida Tengarrinha honrou as mulheres portuguesas, por cujos direitos pugnou, permanentemente em linha com a plena vivificação dos direitos sociais, sem os quais a satisfação daqueles outros de que as mulheres são as primeiras, mas não únicas, destinatárias, nunca será completamente alcançada.
Felizmente, tal como o bárbaro assassinato, em 19 de dezembro de 1961, do seu companheiro José Dias Coelho, se encontra merecidamente imortalizado através da formidável canção de José Afonso “A morte saiu à rua”, Margarida Tengarrinha deixou publicadas e registadas em imagem e som, obras e depoimentos, que tormam patentes, para os mais jovens e para as gerações vindouras, as inqualificáveis condições de vida e a dureza gratuíta das variadas formas de repressão impostas pelo Estado Novo ao povo português antes da Revolução dos Cravos.
Também por isso Margarida Tengarrinha merece os nossos agradecimentos e os nossos louvores.
Lisboa, 27 de outubro de 2023.
A Direcção do NAM