Assassinato de Humberto Delgado, o General sem Medo 55 Anos depois

Na próxima 5ª feira, dia 13 de Fevereiro, decorre o 55º aniversário do assassinato de Humberto Delgado pela PIDE. Atraído a uma cilada em Badajoz, julgando ir ao encontro de militares dispostos a preparar uma revolta contra o regime de Salazar, o General Delgado foi assassinado por sucessivas contusões cranianas. A sua secretária brasileira e companheira no exílio, Arajaryr Campos, terá sido estrangulada ou esventrada, também por Casimiro Monteiro. Os demais elementos da brigada da PIDE chefiada por Rosa Casaco, bem como a hierarquia superior da PIDE (Silva Pais, Barbieri Cardoso e Álvaro Pereira de Carvalho) foram ilibados no processo que decorreu no Tribunal de Santa Clara após o “25 de Abril”, o qual ficou conhecido como “A Segunda Morte do General Delgado”.

O Movimento cívico “Não Apaguem a Memória”-NAM promove uma cerimónia evocativa, no Panteão Nacional (dia 13 de Fevereiro às 15h00), com a presença do Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues. Maria do Céu Guerra recitará poesia de O’Neill e João d’Ávila proferirá palavras de Humberto Delgado, entre as quais o célebre “Obviamente demito-o”. 

O filme de Bruno de Almeida, Operação Outono, será projectado no Auditório do “Liceu Camões” às 18h00, com entrada livre. Baseado no livro Humberto Delgado. Biografia do General sem Medo (2008, A Esfera dos Livros), de Frederico Delgado Rosa, neto do General, o filme aborda a distorção da verdade material do crime durante o processo do Tribunal de Santa Clara, cujo colectivo de juízes afirmou que Humberto Delgado foi morto a tiro por iniciativa de Casimiro Monteiro à revelia dos seus superiores. 

Em 2020, passam 30 anos sobre a trasladação dos restos mortais de Humberto Delgado para o Panteão Nacional, ocorrida a 5 de Outubro de 1990.