Ciclo de documentários na Malaposta da iniciativa do Movimento Cívico “Posto de Comando Sempre”

Centro Cultural Malaposta
Rua Angola
2620-492 Olival Basto, Odivelas
tlf. 21 9383100
http://www.malaposta.pt
Metro: Senhor Roubado, Linha Amarela.

Programa
Abril 12  3ªF 21:30 – Geração de 60 (1º episódio).
Abril 13  4ªF 21:30 – Delgado, Obviamente assassinaram-no.
Abril 14  5ªF 21:30 – Aristides de Sousa Mendes, o cônsul injustiçado.
Abril 15  6ªF 21:30 – As duas faces da guerra.
Abril 16  Sáb 21:30 – Dundo Memória colonial.
Abril 17 Dom 21:30 – Timor – O sonho do crocodilo.

Vamos falar da nossa juventude?

O NAM, em cooperação com o Departamento de Ciência Política e Políticas Públicas do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa (DCP&PP-ISCTE-IUL), vai realizar um dia de debates com o tema “Vamos falar da nossa juventude”, no ISCTE-IUL, em 19 de Maio deste ano. Estes debates decorrerão no âmbito das Jornadas de Ciência Política do ISCTE-IUL, contam com intervenções já confirmadas de vários activistas destes movimentos e serão moderados por alunos ISCTE-IUL e por membros do NAM. As sessões são abertas a todos os interessados.

O horário em que se desenvolverá esta iniciativa será confirmado oportunamente, podendo informar-se, desde já:

09:30 – Intervenção de abertura

09:45 às 10.45 – MUD Juvenil.
Mov. associativo de resposta ao decreto 40900 (década de 50)
(Intervenções previstas 3)

11:00 às 11:20 – Intervalo para café

11:20 às 13:00 – Outras participações e debate

14:30 às 15:30 – Crise académica de 1962:
(Intervenções previstas 3)
Outras participações

15:30 às 16:00 – Crise académica de 1969:
(Intervenções previstas 3)
Outras participações.

Debate final acerca dos movimentos estudantis durante a ditadura.

Fernando Vicente relata na SIC as torturas a que foi submetido pela PIDE/DGS

NOTA: Podem ir logo para a entrevista a FV com início nos minutos 20 regulando o cursor que se mostra na parte inferior do video quando se tem sobre ele o cursor e está em marcha.

Fernando Vicente é um dos fundadores do Movimento Não Apaguem a Memória, em 5 de Outubro de 2005 e foi até 2008 um dos seus membros mais activos.
Fernando Vicente participou no dia 1 de Março de 2011, no programa da SIC Histórias com gente dentro, relatando as torturas a que foi submetido pela PIDE, quando foi preso, em 10 de Novembro de 1970. Foi o preso político que a mais tempo de tortura do sono foi submetido pela PIDE/DGS, 31 dias e noites em 33 dias, em três períodos consecutivos de 5, 13 e 13 dias e noites sem dormir. Neste vídeo Fernando Vicente revela-nos o horror da tortura do sono e da estátua e de como é possível suportar até ao insuportável tais torturas para não entregar outros companheiros à polícia e aos mesmos sofrimentos, para não prejudicar a luta contra a ditadura fascista a que se entregara.
O vídeo que aqui se apresenta foi obtido do site da SIC online correspondente àquele programa.
Fernando Filipe Esteves Vicente nasceu em 12.Junho de 1941, é casado e tem duas filhas. Foi dirigente estudantil de 1962 a 1967, no Instituto Superior Técnico, onde completou o curso de engenheiro civil neste último ano. Durante o serviço militar obrigatório esteve na guerra colonial, de 1968 a 1971. Em 10 de Novembro de 1972 foi preso pela PIDE que o acusava de pertencer ao PCP. Foi submetido a tortura de 14 de Novembro a 17 de Dezembro de 1972.
Foi militante do PCP de 1962 a 2009, foi um dos quadros mais responsáveis pela realização da Festa do Avante, de 1977 a 2004 e foi membro do Comité Central deste partido de 1975 a 2004.

Nuno Teotónio Pereira: um exemplo permanente de cidadania activa

Imagens da homenagem, realizada em 5 de Fevereiro de 2011, aqui anunciada.

“… Uma imensa plateia de mais de trezentas pessoas, não só de católicos e ex-católicos activistas desde os anos 60, mas também de muitos outroscompagnons de route que, ao longo de mais de cinco décadas, se habituaram a ver na pessoa do Nuno o grande impulsionador de um sem número de actividades, políticas e cívicas, e que aderiram a uma iniciativa anunciada através da internet, sem envolvimento de organizações (juntaram-se depois e estiveram ontem presentes) e organizada por um pequeníssimo grupo de amigos.

Ao lançarmos a sessão, utilizámos a palavra «homenagem» na convocatória e o Nuno não gostou: telefonou-me três dias antes, desagradado por só então se ter apercebido de que seria o centro das atenções. Disse-lhe então o que ontem repeti: que estávamos ali para nos «homenagearmos» também, num reencontro para celebrarmos um passado de que nos orgulhamos e que, de uma maneira ou de outra, ele nos ajudou a construir. E que a nossa presença naquela sala era a prova daquilo que, certamente, ele mais gostaria de ouvir: que ainda não baixámos os braços.

O Nuno encerrou a sessão, com a limpidez e a frontalidade habituais, quase lendárias:

«Estou velho, estou a chegar aos 90 anos. Há órgãos que me estão a falhar. Um deles é a memória, que se está a desfazer como pó, o que me causa um certo sofrimento. Além da perda da visão. Mas estou muito contente, porque esta sessão, tendo sido anunciada como de homenagem à minha pessoa, e não deixando de o ser, fez também justiça a todos aqueles que conhecemos e lutaram naqueles anos difíceis.»

Joana Lopes [aqui]

Da notícia do Expresso online:

“O cidadão [Nuno Teotónio Pereira] não quis apenas evocar o passado.

“Apelo a todos para que, em conjunto ou individualmente, façam o que for necessário, mesmo com risco, para acabar com situações declamorosa desumanidade que existem no nosso país, muitas vezes mesmo ao nosso lado”.

“A modéstia dos que são verdadeiramente grandes”

Nuno Teotónio Pereira, Jorge Sampaio e João Cravinho

Nuno Teotónio Pereira, Jorge Sampaio, João Cravinho

O ex-Presidente da República Jorge Sampaio foi o principal orador. Dirigindo-se ao “cidadão”, destacou entre as suas muitas qualidades a “modéstia dos que são verdadeiramente grandes”. Falando de improviso mas a partir de notas que preparara, Sampaio sublinhou ainda “a independência do seu percurso”, a ponto de considerar que Nuno Teotónio Pereira “não é apropriável por ninguém“.

O ex-presidente da Câmara de Lisboa agradeceu ao arquiteto o quanto lhe ensinou sobre a capital. Da sua vasta obra, que inclui três prémios Valmor, Sampaio destacou a igreja de Almada, o bairro de Olivais Norte e o edifício “Franjinhas” na Rua Braancamp – além, claro está, da igreja que serviu de cenário à homenagem e a que se juntaram numerosos católicos, entre os quais os padres Bento Domingues eJardim Gonçalves.

No plano político, Sampaio não pôde deixar de evocar o dia 26 de Abrilde 1974, quando Nuno Teotónio Pereira foi um dos numerosos presos políticos que foram finalmente libertados da prisão de Caxias. “O Nuno permaneceu sempre a mesma pessoa através de décadas, nos mesmos valores, nos mesmos princípios”, afirmou Jorge Sampaio, chamando a atenção para a sua “constância e intemporalidade”.

Homenagem a Nuno Teotónio Pereira

O Movimento Cívico Não Apaguem a Memória (NAM) associa-se à homenagem, oportuna e merecidíssima, a Nuno Teotónio Pereira, pela sua vida de corajoso combatente pela liberdade, durante o regime de ditadura do Estado Novo e que temos a honra de ter como sócio fundador e sócio honorário do NAM.

A homenagem terá lugar na Igreja do Sagrado Coração de Jesus , R. Camilo Castelo Branco, nº 4, em Lisboa, no dia 5 de Fevereiro das 16:00 às 18:00 h.

Haverá intervenções de Jorge Sampaio, Mário Brochado Coelho e Júlio Pereira (coordenação de Joana Lopes) e conta com a presença do homenageado.

O Movimento Não Apaguem a Memória, que estará presente na homenagem a Nuno Teotónio Pereira com uma delegação da sua direcção, felicita por esta iniciativa os seus organizadores.