Comunicado NAM 2011/11/24

HOMENAGEM

Esta iniciativa pretende homenagear todas as mulheres e homens que, por motivos políticos, se viram impedidos de aceder à docência universitária, foram afastados dos seus centros de investigação, impossibilitados de progredir nas carreiras académi-cas ou compulsivamente exonerados das suas funções como investigadores ou professores das Universidades portuguesas durante o Estado Novo.

A depuração política do corpo docente univer-sitário ou de quem a ele pretendia aceder, quase sempre fundamentada em informações da polícia política, atingiu um largo espectro de investigadores ou docentes que, em muitos casos, representavam, nos respectivos sectores – na matemática, na medici-na, na economia, na física, na agronomia, nas ciências humanas – o escol do pensamento científico português.

A perseguição política desses elementos por parte de um regime que considerava a liberdade de opinião e de expressão, e portanto a liberdade científica, como incompatíveis com a segurança do Estado, acarretaria nefastas e duradouras consequências para o desenvolvimento científico em Portugal.

Muitos dos investigadores e docentes perseguidos pelas suas convicções políticas – em alguns casos por aquilo que a polícia política considerava serem as suas convicções políticas… – viram-se forçados ao exílio em vários países da Europa e da América Latina ou nos EUA onde livremente puderam exercer o seu munus científico. E aí semearam a marca indelével do seu saber, deixando aos países que os acolheram aquilo que foram impedidos de oferecer ao seu.

A homenagem consistirá no descerramento de uma placa com os nomes de todos os docentes expulsos em cada uma das universidades onde isso então se verificou (Universidade de Lisboa, Universidade Técnica de Lisboa, Universidade de Coimbra e Universidade do Porto), na realização de uma sessão solene de homenagem com a participação dos Reitores e oradores convidados e na edição de uma brochura contextualizando historicamente os acontecimentos e com as biografias de todos os professores e investigadores demitidos.

Cerimónias previstas

Universidade de Lisboa
Reitoria, 29 de Novembro, 18.00 horas

Universidade Técnica de Lisboa
Reitoria, 30 de Novembro, 17.00 horas

Universidade do Porto
Reitoria, 30 de Novembro, 17.00 horas

Universidade de Coimbra
19 de Dezembro

«Vamos falar…»? – Falámos, claro!

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O encontro “Vamos falar da nossa juventude?”, realizado em 19 de Maio de 2011, no ISCTE-IUL, integrado nas Jornadas Pedagógicas do curso de Ciência Política, decorreu segundo o calendário previsto, contando com a participação de quase todos os oradores e moderadores anunciados, e também de outros intervenientes (activistas do período do fascismo e jovens). Permitiu-nos reencontrar velhos companheiros e amigos e constituiu um momento enriquecedor e agradável, mas, sobretudo, deixou os testemunhos e a informação histórica que se pretendia levar aos jovens alunos universitários. Pelos muitos ecos que tivemos desta iniciativa, julgamos que o NAM terá contribuído para o conhecimento do passado e, consequentemente, para um melhor entendimento do presente.

debates «Vamos falar da nossa juventude»

Aos sócios e amigos do NAM

Tal como vimos anunciando há meses, realiza-se no próximo dia 19 de Maio, a partir das 9 horas, no ISCTE, em Lisboa, uma iniciativa levada a cabo numa primeira colaboração entre o NAM e o Departamento de Ciência Política e Políticas Públicas do ISCTE-IUL.

«Vamos falar da nossa juventude» será uma jornada de debates, apoiada em opiniões e testemunhos de vários companheiros da Resistência que foram activistas de movimentos estudantis durante a ditadura e conta com intervenções de jovens alunos do ISCTE.

Pode consultar aqui o horário, temas e oradores.

Tem, nesta ocasião, a possibilidade de rever amigos e de contribuir para que não se apague a memória do papel da juventude na luta contra o fascismo.

A Direcção do NAM apela à sua participação.

11 de Maio de 2011

 

À Comunicação Social

A direcção do Movimento Cívico Não Apaguem a Memória manifesta a sua profunda indignação perante o julgamento de Margarida Fonseca Santos, Carlos Fragateiro e José Manuel Castanheira. Não está apenas em causa a liberdade de expressão destes prestigiados intelectuais (e o precedente que este caso pode configurar), mas também o desrespeito pela memória de todos aqueles que, durante o fascismo, combateram por um regime democrático.

Na manhã de 3 de Maio de 2011, acusados por familiares do último director da PIDE/ DGS, vão estar, na barra do tribunal(1) , cidadãos que se propõem preservar a memória da ditadura, e não Silva Pais, um dos maiores responsáveis pelo regime de terror em que se viveu até 1974. As atrocidades infligidas aos opositores, por inspectores e agentes sob a alçada de Silva Pais, enchem milhões de páginas no Arquivo da Torre do Tombo, jamais foram objecto de confrontação por parte desses seus autores, mas não são esquecidas pelas vítimas.

Há poucos dias, foi inaugurada uma exposição na antiga Cadeia do Aljube, em Lisboa: «A Voz das Vítimas». Impressiona pela dimensão que transmite dos crimes cometidos pela polícia política, ao longo de 48 anos. E vem lembrar-nos, de novo, que os autores desses crimes nunca foram julgados. Os obreiros da Democracia, nascida em Abril, não abdicaram de uma atitude de tolerância que se tem revelado enormemente injusta para com os milhares de portugueses que sofreram, até à morte, as consequências de torturas, de prisões, de perseguições, ou o exílio. Foram décadas vividas sob o terror da PIDE /DGS, com o comando de Silva Pais, seu Director.

O Movimento Cívico Não Apaguem a Memória saúda os acusados neste processo, por se juntarem àqueles que deixam, para as gerações futuras, um legado de memórias desse tenebroso tempo de opressão. Estaremos, sempre, ao lado dos que impedem o branqueamento, quer de um regime que destruiu vidas e famílias, quer dos seus responsáveis máximos. E Silva Pais é um nome que não se apaga da nossa memória.

Em 2 de Maio de 2011

 

A Direcção do Movimento Cívico Não Apaguem a Memória

 

Às 9h 30m de 3 de Maio de 2011 no 2º Juizo Criminal, 3ª Secção, Av D. João II, n.º 1, Parque das Nações. Metro: Gare do Oriente,.

 

 

 

visita guiada às instalações da PIDE no Porto

Núcleo do Porto
Sábado 16 de Abril de 2011

Ex-presos políticos animaram visita guiada aos espaços onde foram encarcerados, humilhados e torturados.

Integrada nas comemorações do trigésimo sétimo aniversário do 25 de Abril, a visita guiada às instalações da PIDE no Porto contou com cerca de meia centena participantes. A sessão iniciou-se no Largo Soares dos Reis, no exterior do edifício que foi sede da Polícia política, hoje Museu Militar do Porto, tendo sido feitas reportagens pelo Jornal de Notícias, pela TVI e pelo Etc e Tal.

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