O NAM saúda Margarida Fonseca Santos

autora do argumento da peça A Filha RebeldeCarlos Fragateiro e José Manuel Castanheira, administradores do Teatro D. Maria II, na altura em que a peça de teatro esteve em cena, e que acabam de ser absolvidos (2011-07-22) no julgamento do processo que contra eles moveram sobrinhos de Silva Pais, último chefe da odiosa PIDE/DGS, por, na peça, ser apresentado como responsável, pela morte do General Humberto Delgado.

Foi enorme o regozijo dos que fizeram questão de assistir à leitura da sentença do juiz António Passos Leite que sublinhou que “a crítica pública deve ser um direito e não um risco”. Aliás, o procurador da República, Abel Matos Rosa, tinha, justamente, pedido a absolvição dos arguidos. A mesma alegria foi partilhada pelo NAM e por todos os democratas que acompanharam este processo e conhecem direta ou indiretamente o terrorismo da ditadura conduzido por aquela polícia política.

Fez-se justiça, e Margarida Fonseca Santos à saída do tribunal concluiu que o processo acabou por ter o seu lado positivo, que talvez “tenha sido bom” e que ”esta foi uma forma de falar aos mais novos de uma época em que não havia liberdade, de trazer a história do país para o teatro e mobilizar as pessoas”.

A Margarida Fonseca Santos, a Carlos Fragateiro e a José Manuel Castanheira o NAM envia uma saudação solidária felicitando-os pelo seu importante contributo para que Não Apaguem a Memória.

«Vamos falar…»? – Falámos, claro!

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O encontro “Vamos falar da nossa juventude?”, realizado em 19 de Maio de 2011, no ISCTE-IUL, integrado nas Jornadas Pedagógicas do curso de Ciência Política, decorreu segundo o calendário previsto, contando com a participação de quase todos os oradores e moderadores anunciados, e também de outros intervenientes (activistas do período do fascismo e jovens). Permitiu-nos reencontrar velhos companheiros e amigos e constituiu um momento enriquecedor e agradável, mas, sobretudo, deixou os testemunhos e a informação histórica que se pretendia levar aos jovens alunos universitários. Pelos muitos ecos que tivemos desta iniciativa, julgamos que o NAM terá contribuído para o conhecimento do passado e, consequentemente, para um melhor entendimento do presente.

À Comunicação Social

A direcção do Movimento Cívico Não Apaguem a Memória manifesta a sua profunda indignação perante o julgamento de Margarida Fonseca Santos, Carlos Fragateiro e José Manuel Castanheira. Não está apenas em causa a liberdade de expressão destes prestigiados intelectuais (e o precedente que este caso pode configurar), mas também o desrespeito pela memória de todos aqueles que, durante o fascismo, combateram por um regime democrático.

Na manhã de 3 de Maio de 2011, acusados por familiares do último director da PIDE/ DGS, vão estar, na barra do tribunal(1) , cidadãos que se propõem preservar a memória da ditadura, e não Silva Pais, um dos maiores responsáveis pelo regime de terror em que se viveu até 1974. As atrocidades infligidas aos opositores, por inspectores e agentes sob a alçada de Silva Pais, enchem milhões de páginas no Arquivo da Torre do Tombo, jamais foram objecto de confrontação por parte desses seus autores, mas não são esquecidas pelas vítimas.

Há poucos dias, foi inaugurada uma exposição na antiga Cadeia do Aljube, em Lisboa: «A Voz das Vítimas». Impressiona pela dimensão que transmite dos crimes cometidos pela polícia política, ao longo de 48 anos. E vem lembrar-nos, de novo, que os autores desses crimes nunca foram julgados. Os obreiros da Democracia, nascida em Abril, não abdicaram de uma atitude de tolerância que se tem revelado enormemente injusta para com os milhares de portugueses que sofreram, até à morte, as consequências de torturas, de prisões, de perseguições, ou o exílio. Foram décadas vividas sob o terror da PIDE /DGS, com o comando de Silva Pais, seu Director.

O Movimento Cívico Não Apaguem a Memória saúda os acusados neste processo, por se juntarem àqueles que deixam, para as gerações futuras, um legado de memórias desse tenebroso tempo de opressão. Estaremos, sempre, ao lado dos que impedem o branqueamento, quer de um regime que destruiu vidas e famílias, quer dos seus responsáveis máximos. E Silva Pais é um nome que não se apaga da nossa memória.

Em 2 de Maio de 2011

 

A Direcção do Movimento Cívico Não Apaguem a Memória

 

Às 9h 30m de 3 de Maio de 2011 no 2º Juizo Criminal, 3ª Secção, Av D. João II, n.º 1, Parque das Nações. Metro: Gare do Oriente,.

 

 

 

A exposição A Voz das Vítimas, no Aljube

A exposição a Voz das Vítimas foi ontem inaugurada no Aljube. Compareceram cerca de duas centenas de pessoas entre as quais muitos ex-presos do Aljube, como Edmundo Pedro, António Borges Coelho, Mário Soares, Artur Pinto, Fernando Rosas, Alfredo Caldeira, José Hipólito dos Santos, Mário Lino, Crisóstomo Teixeira e outros activistas do NAM. Estiveram presentes deputados, o Secretário de Estado da Cultura, Vasco Lourenço em representação da A25A, Corregedor da Fonseca pela URAP o vice-presidente da CML e directores da área da Cultura da CML ligados ao levantamento da exposição, que tem o traço de Henrique Cayatte, e vários historiadores, entre os quais Irene Pimentel da direcção do NAM, João Madeira, Suzana Martins.

Usaram da palavra Raimundo Narciso pelo Movimento Não Apaguem a Memória, Fernando Rosas, pelo Instituto de História Contemporânea da UNL, Mário Soares em nome da Fundação Mário Soares, António Costa Presidente da CML e por fim Jaime Gama presidente da Assembleia da República.

Seguiu-se uma visita guiada por Alfredo Caldeira, o responsável pelo levantamento da exposição no terreno.

A RTP, a SIC notícias, o Expresso e o Público, nomeadamente, noticiaram o evento.

Ver o site da CML notícia e fotografias em http://www.cm-lisboa.pt/?idc=88&idi=57235

Na sua intervenção o Presidente da CML, António Costa, sublinhou o papel desenvolvido pelo NAM, quer junto da CML quer junto do ministério da Justiça, durante o ano de 2009 para que o edifício do Aljube, ocupado por serviços deste ministério, fosse destinado a um museu sobre a Luta pela Liberdade objectivo que se concretizará a seguir a esta exposição.

Ver também o site da exposição: http://www.aljube.net

(A expo está aberta ao público todos os dias, das 10 às 18 horas, excepto às 2ªs f, até 5 de Outubro. A entrada é grátis)

Expo A Voz das Vítimas:

debates ver em: http://www.aljube.net/iniciativas

Visitas guiadas ver em: http://www.aljube.net/visitas_guiadas

Intervenção de Raimundo Narciso na inauguração da exposição “A Voz das Vítimas”, na antiga prisão política do Aljube, em Lisboa, em 14 de Abril de 2011

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